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terça-feira, 19 de maio de 2015

Pernambuco discute modelo de desenvolvimento sustentável para semiárido com países africanos

Foto: google.com


A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) realizou nessa quinta-feira (14/05), em Brasília, um encontro internacional para apresentar o Programa Semiárido Energético aos 34 países que integram a União Africana. O evento aconteceu na Embaixada da Mauritânia e teve como objetivo central abrir um canal de cooperação entre as nações da África e Pernambuco, a fim de consolidar parcerias e investimentos dentro do setor de conservação ambiental e energias renováveis. No encontro também foi apresentado o projeto da edição 2015 do movimento Pernambuco no Clima, que acontece no próximo mês de agosto, com seminário e exposição de tecnologias sustentáveis.

Ao final do encontro ficou estabelecida a criação de um grupo de trabalho que se reunirá periodicamente para a formulação de projetos que envolvam o estado e os países africanos. Está prevista também a participação do secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, na reunião que a Organização das Nações Unidas (ONU) realiza na Etiópia, no próximo mês de julho, e que tem como um dos temas Modelos de Financiamento para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. “Com esse passo dado hoje vamos colocar o Programa Semiárido Energético em sintonia com os critérios de financiamento”, esclarece Sérgio Xavier.

No encontro o secretário apresentou dados sobre o potencial eólico de Pernambuco, que é de 1.020 GW (giga watts) - cerca de oito vezes maior que toda a geração atual brasileira (que é de 131 GW somando todas as fontes de energia). O potencial de energia solar do estado é 3.338 GW, o que equivale a 25 vezes a soma de toda a geração atual do País. Somadas, as potencialidades das duas fontes representam o equivalente a 370 usinas de Itaipu (uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo). Com características similares às do Nordeste brasileiro, os países do continente africano representam parceiros em potencial para a troca de experiências e a consolidação de negócios com Pernambuco. “Estamos criando uma nova forma de planejar o desenvolvimento sustentável do Estado, considerando uma visão sistêmica, com novos instrumentos digitais de gestão pública e colocando as energias renováveis como a indústria propulsora do desenvolvimento local e mundial”, sintetiza Xavier,

Para o secretário, esta é uma inédita abordagem para o desenvolvimento socioambiental de regiões semiáridas, que viabilizará o crescimento econômico limpo, a redução das desigualdades e uma melhor convivência com a seca, tendo como base os novos eixos da economia verde, de baixo carbono, recomendados pela ONU e já incluídos nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS que serão aprovados em setembro, em Nova York. "Este projeto já nasce em sintonia com os princípios e critérios dos ODS, portanto apto a captar financiamentos internacionais, que serão discutidos em julho, em Adis Abeba, na Etiópia”, afirma Xavier.

PROGRAMA SEMIÁRIDO ENERGÉTICO - O programa visa conter processos de desertificação, proteger a Caatinga e atenuar os impactos do aquecimento global, tendo como base propulsora a instalação de usinas de energia solar e eólica - uma indústria que não usa água e gera energia limpa e empregos locais. Concebido pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDEC), o Programa Semiárido Energético conta com a participação da Secretaria da Fazenda (Sefaz), Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sectec), Secretaria de Planejamento (Seplag), Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Sara), Secretaria da Fazenda (Sefaz) e da Secretaria da Micro e Pequeno empresa, Trabalho e Qualificação.

Dentro desse projeto, o Governo do Estado está consolidando um programa de incentivos com ações como: indicação das aéreas viáveis e prioritárias (facilitando a decisão de empreendedores do setor); isenção do ICMS para indústrias de equipamentos de geração de energias renováveis; financiamento com juros mais baixos; apoio na transmissão de energia (da usina até a rede); licenciamento ambiental rápido e simplificado, aquisição de energia a preços competitivos (já em curso com o pioneiro leilão solar realizado no ano passado) e a articulação para a instalação de fábricas de equipamentos da indústria de energias renováveis em Pernambuco.
 
Fonte: semas