Livre
da aftosa, Pernambuco agora busca certificação
Internacional.
Internacional.
Foi assinada, na tarde desta
quinta-feira (5), a instrução normativa que confere a Pernambuco o status de
estado livre de febre aftosa com vacinação. Uma auditoria realizada em
fevereiro e março deste ano reconheceu a condição no estado e em outros seis do
Nordeste Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí, além do Pará, no Norte do País. O próximo passo é
receber a chancela internacional, cujo processo começa agora em outubro e deve
terminar em maio de 2014.
Participaram da solenidade o
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, secretários e deputados estaduais e
prefeitos de municípios. "O sonho começou em 2003, com a criação da Adagro
[Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária] em Pernambuco. Hoje, estamos
recebendo essa mudança de status, em nível nacional. Só faltava esse ato [a
assinatura] para provar, depois de vários exames, que o vírus não está mais
circulando aqui no estado", disse a gerente-geral da Adagro-PE, Erivânia
Campelo.
Campelo explicou que, em outubro,
o Ministério da Agricultura levará à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)
o dossiê de Pernambuco para que o estado receba o reconhecimento internacional.
"Uma comissão científica vai analisar o documento e, em fevereiro, vem nos
visitar. Em maio, ocorrerá uma assembleia para reconhecer novas áreas livres de
aftosa. Hoje, a China já compra a carne de nossas aves e é um mercado
promissor. Com a Transnordestina, rebanhos de todo o Nordeste serão trazidos para
serem abatidos aqui e depois exportados pelo Porto de Suape, que é o mais
próximo da Europa, que é a maior consumidora de carne bovina brasileira",
planejou.
O ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Antônio Andrade, também esteve no evento. "A primeira área
assinalada como livre foi há 15 anos, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e
nós hoje temos essa alegria de declarar Pernambuco como livre de aftosa. Isso
significa que animais daqui do estado poderão circular livremente pelo país, o
que vem valorizar o rebanho e as propriedades", comentou.
De acordo com o governo estadual, o resultado foi alcançado pelo alto índice de imunização do rebanho, acima de 95%, desde 2005. Milhares de doses foram distribuídas gratuitamente para criadores de gado e órgãos responsáveis, inclusive para áreas consideradas de risco, como assentamentos indígenas e quilombolas. Cerca de R$ 70 milhões foram investidos na erradicação da doença. O último caso de febre aftosa registrada no estado foi há 15 anos, em Itaíba, no Agreste do estado.
Ao mudar a classificação sanitária
de "risco médio" para "livre", somem as limitações
comerciais devido às barreiras sanitárias, o que possibilita o incremento do
setor pecuário e leiteiro. Até hoje, Pernambuco só podia vender carne bovina
dentro do Nordeste, com exceção de Sergipe e Bahia. O rebanho atual do estado é
de 2 milhões de bovinos. "Essa instrução normativa vem em um momento
importante de reconstrução da base econômica do nosso Semiárido, que sofreu com
a seca mais dura dos últimos 60 anos. É hora de ampliar mercados, horizontes,
para aquilo que sobrou dos nossos rebanhos", disse o governador Eduardo
Campos.
A doença
A febre aftosa é uma doença viral, altamente contagiosa, que atinge principalmente, bovinos, bubalinos e suína. A doença não atinge cavalos nem seres humanos. Os registros de casos da doença geram prejuízos econômicos ao país por dificultarem a exportação de carne e por provocarem perdas na eficiência produtiva.
Segundo o Ministério da
Agricultura, com a ampliação da zona livre de aftosa, 99% do rebanho nacional
(cerca de 205 milhões de cabeças) de bovinos e bubalinos (búfalos) passam a
ficar em regiões livres da doença, segundo o ministério. Agora, somente Amapá,
Amazonas e Roraima continuam como áreas consideradas infectadas.
Fonte:
http://g1.globo.com
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